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DEVAGAR COM O ANDOR…

DEVAGAR COM O ANDOR…

A ata do Copom trouxe um tom de cautela. Cautela com o excesso de euforia ao redor da velocidade de retomada da atividade econômica. De fato, os últimos indicadores de atividade trouxeram sinais de melhora, mas ainda assim o cenário mais provável aponta para uma recuperação da economia doméstica em ritmo lento e gradual, abrindo espaço para a continuidade do ciclo de flexibilização da política monetária.

Frente à magnitude do ajuste que a economia local sofreu nos últimos meses e às incertezas que ainda permanecem no cenário internacional, o Banco Central não acredita que a ociosidade dos fatores de produção da economia doméstica será eliminada rapidamente. Sendo assim, permanece benigno o cenário inflacionário para 2009 e 2010.

Os indicadores de atividade econômica, especialmente as pesquisas qualitativas, de fato, vêm sinalizando uma melhora na margem. Mas os dados mais estruturais, especialmente ligados a investimentos, sugerem certa cautela.

Na abertura da produção industrial, por exemplo, o único grupo que ainda não deu nenhum sinal de retomada foi justamente o setor de bens de capital, que reflete a disposição do empresário em aumentar sua capacidade de produção. Enquanto a indústria geral recuou 20% no último trimestre de 2008 e recuperou 5% no primeiro trimestre deste ano, o setor de bens de capital recuou 27% no final do ano passado e mais 8% no início deste ano, acumulando queda de 33% desde o início da crise.

Para abril, os indicadores antecedentes sinalizam mais um mês de crescimento muito modesto na indústria, o que reforça o tom de cautela do Copom com as expectativas ao redor do ritmo de retomada da atividade econômica. Neste contexto, sustentamos nossa expectativa de novos cortes da taxa de juros nas próximas reuniões do Copom até atingirmos uma Selic de 8,75% aa.

Maristella Ansanelli
Flávio Mendes

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